domingo, 5 de abril de 2009
Pichação no muro protesta contra medida de retirar gatos do hospital
(Foto: Mario Angelo/Folha Imagem )
Gatos são retirados da Santa Casa para não afetar saúde dos pacientes
Cerca de 250 animais passeavam pelo hospital, na região central de SP.Funcionários reclamam de cocô de gato no corredor, diz enfermeira.
Carolina Iskandarian Do G1, em São Paulo
Preocupada com a quantidade de gatos rondando as dependências do hospital, a Santa Casa de São Paulo decidiu encaminhar todos a uma ONG protetora desses animais. Tudo por uma questão de higiene. A justificativa é que os cerca de 250 gatinhos poderiam comprometer a saúde dos pacientes, facilitando o aparecimento de infecções. Eles foram retirados no início deste mês e, em protesto, pichações foram feitas nos muros do complexo.
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A responsável pela remoção dos felinos foi a enfermeira Neuci Camargo Pigini, que trabalha há 18 anos na instituição e diz que cuida dos bichinhos. “O abandono aqui é muito grande e a Vigilância Sanitária do hospital nos intimou a retirá-los. É uma questão de higiene”, conta a funcionária, que não quis revelar o nome da ONG. “A preocupação é as pessoas saberem que eles estão bem e abandonarem mais gatos na Santa Casa. Agora eles estão seguros”. A enfermeira negou que os animais tenham sido mortos. “Esse boato que os gatos foram para a caldeira ou abandonados na Marginal (Pinheiros) não tem nada a ver. Não tem testemunha disso”, afirma Neuci, que calcula ter 14 gatos em casa. Ela garante que, durante dez anos, tirou do próprio bolso o dinheiro para pagar vacinas, ração e a castração dos gatos. As reclamações sobre a presença dos felinos partiram de pacientes e de gente da Santa Casa. “Tem funcionário que reclama de cocô de gato nos corredores”. O abandono parte de pessoas que, segundo a enfermeira, sabem que no hospital eles têm comida e cuidados específicos. “A fama daqui vem de longe. Mas a Santa Casa não é um gatil. É um hospital”. A enfermeira se mostra preocupada com os maus-tratos aos bichinhos e diz que agora eles estão em um ambiente apropriado. “Sumiu o Pietro, o Tomas, a Magali”. A irritação é direcionada aos que a criticaram por ter retirado os gatos em uma perua. “São os falsos protetores, porque em todos esses anos ninguém apareceu para me oferecer ajuda”.
Prevenção
Neuci diz que, do total de 250 gatos, 50 ainda precisam ser retirados. “São os mais ariscos e se escondem”, ri a moça ao contar que vai buscá-los nos porões e casas de máquinas. Para impedir que o número de animais abandonados nos jardins do hospital volte a crescer, a Santa Casa vai instalar câmeras e colocar placas na área externa informando sobre a proibição. “Os seguranças já estão avisados e, se virem alguém deixando um gato aqui, vão chamar a polícia”. A assessoria de imprensa da Santa Casa informou que ainda não tem data prevista para a instalação do equipamento.
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